sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

DISCUSSÕES TEOLÓGICAS - ATÉ QUE PONTO?


"Evita, no entanto, todo tipo de questões tolas, genealogias, discórdias e discussões inúteis a respeito da Lei, porquanto essas contendas são vazias e sem valor. ( Tito 3:9)
O apóstolo Paulo faz exortações contundentes aos seus discípulos pastores Timóteo e Tito -  'não se  envolverem com tolas discussões inúteis, contendas vazias e sem valor`. Discussões convergentes e  abrangentes  contextualizadas, à Luz da fiel revelação de Deus aos homens, são bem vindas e são necessárias para ampliar o conhecimento e o entendimento em tempos e contextos diferentes. A exortação, do apostolo Paulo, não entrar em discussões cujo objetivo defender pontos de vistas e posições pessoais. Essas práticas trazem mais prejuízos que benefícios.  Os três amigos de Jó com seus pontos de vistas Teológicos em nada o ajudaram na sua aflição. Temas invioláveis  podem  ser corrompidos com interpretações  errôneas  com  prejuízos ao entendimento do Evangelho para cura das pessoas e das nações, Como:
Sobre Deus
" Vocês não falaram o que é certo a meu respeito, como fez o meu servo Jó" (Jó 42:8.c)
É de uma enorme responsabilidade ousar falar sobre e  em nome de Deus. Profetas se deram mal. Até mesmo o grande  profeta Isaías teve que rever a sentença que dera ao rei Ezequias ( II Reis 20:4). Os três amigos de Jó, cada  qual com a sua posição teológica, se deram mal em ser o porta voz de Deus para acusar Jó do seu estado. (v. acima). Quem ousar definir Deus com a sua capacidade teológica deveria ter respondido, sua tese acadêmica e ter  respondido  as 71 perguntas (...que conseguir enumerar...) nos capítulos 40 e 41 de Jó,  elaboradas pelo próprio Deus. Elifaz, o teólogo preeminente do grupo dos três, o Senhor Deus lhe deu a seguinte palavra: " Estou indignado com você com os seus dois amigos, pois vocês não falaram o que é certo a meu respeito, como fez o meu servo Jó" ( Jó 42:7).  Jó foi aprovado não porque respondera todas as perguntas, mas reconheceu a Soberania de Deus e a sua pequinês: "Sei que podes fazer todas as coisas; nenhum dos teus planos pode ser frustrado....meus ouvidos  já tinham ouvidos a seu respeito, mas agora os meus olhos te viram. Por isso menosprezo a mim mesmo e me arrependo no pó e e na cinza"(Jó 42:2,5,6). 
  
Sobre o pecado
"...Contra ti, só contra ti, pequei e fiz o que tu reprovas,de modo que justa é a tua sentença e tens razão em condenar-me. Sei que sou pecador desde que nasci; sim,desde que me concebeu minha mãe. Sei que desejas a verdade no íntimo; e no coração me ensinas a sabedoria. Purifica-me com hissopo, e ficarei puro; lava-me, e mais branco do que a neve serei. Faze-me ouvir de novo júbilo e alegria, e os ossos que esmagaste exultarão. Esconde o rosto dos meus pecados e apaga todas as minhas iniquidades"( Sal 51:4-9)..
 De uma forma simples definimos pecado  como transgressão (I João 3:4) e rebelião contra Deus (Deuteronômio 9:7; Josué 1:18). Jó viveu antes da era escrita, não havia um código de conduta escrito para o povo seguir, a exemplo das leis escritas por Moisés e a literatura bíblica que nós cristãos fartamente recebemos no Novo Testamento. Os três amigos de Jó tinham conhecimento sobre Deus de forma oral e cultural, assim  foi com Noé, Melquisedeque, Enoque, Abraão.  Conheciam o Deus de justiça, pelos históricos da queda imposta à Adão e a sua semente, do dilúvio que destruiu à humanidade, destruição de Sodoma e Gomarra. Os cristãos possuem conhecimento sobre Deus, pelos grandes feitos registrados nas Escrituras, e de forma experimental,  através da vida, ensino e  do ministério do  Senhor Jesus Cristo. O crente, com ajuda do Espírito Santo, tem  a sensibilidade em detectar o pecado em sua vida. O único acusador é o Diabo, o único justificador é o Senhor Jesus ( I Jo 1:8,9). O crente  não é um  acusador do seu  irmão que está em pecado; mas confronta-o com sensibilidade e amor - "Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado.(Gálatas 6:1).A Bíblia não é acusatória  aponta o pecado, as consequências do pecado  e o remédio para se purificar do pecado.

. Sobre a culpa

"... Como é feliz  aquele a quem o Senhor não atribui culpa e em que não há hipocrisia!"( Sal.32:2).
Jó recebeu uma severa condenação de  culpa de seus três amigos. O veredito final veio do Senhor. A culpa é um sinal positivo indicando que há algo errado que precisa ser encarado e revisto. Davi é um exemplo prático como encarou a sua culpa e como a processou. Foi curado e restabeleceu o seu relacionamento com Deus. Culpa indevida deve ser posta a Deus que cuidará em nossa defesa. Justificar culpa, não reconhecer culpa, não processar a culpa da forma correta as consequências serão trágicas e inevitáveis. "Quanto a você, deveria Deus recompensá-lo quando você nega a sua culpa? É você que deve decidi, não eu; conte-me,pois, o que você sabe"( Jó 34:33). Até mesmo os Tribunais humanos atenuam penas de crimes e delitos  quando há confissão.

. Sobre a justiça.
"... Mas Ele é Ele! Quem poderá fazer-lhe oposição? Ele faz o que quer ..." ( Sal.23:13).
A justiça Soberana de Deus  se vê encarnada em  toda obra  de Sua criação e nas  Escrituras. A justiça de Deus é linear, age na mesma proporção e fidelidade como perdoa em amor e como  pune em amor A Cruz  tornou-se o símbolo central da justiça divina para pecadores decaídos.  Deus não altera o seu padrão de justiça, por mais que seja o seu maior amigo, como foi:  com Adão, Jó, Noé, Eli, Davi, Abraão, Moisés (...). Não criou uma teologia de bajulação, de concessão, de perdão sem passar pela cruz de Cristo com confissão e arrependimento. Essa deve ser a posição dos comprometidos com o crescimento do Reino de Deus:   "Não serei parcial, e a ninguém bajularei, porque não sou bom em bajular..."(Jó 33:22,22. Eliú, Deus o poupou da oração de Jó ( ó 42:7).

. Sobre Justos e ímpios.
"... Então vocês verão a diferença entre o justo e o ímpio, entre os que servem a Deus e os que não são o servem". ( Mal.3:18).
A palavra de Deus através de Malaquias não está dirigida a ímpios pagãos. Uma palavra destinada para o povo Hebreu que desviou  dos padrões de Deus e fazia o que os impios pagãos faziam.  O que Deus vê não está ligado ao tamanho nem a quantidade da "sacola";  mas no conteúdo que guarda no seu interior. Essa "sacola" é o coração do homem. Os amigos de Jó tiveram que rever, a duras penas, suas posições teológicas. Jó experimentou uma das maiores experiências com Deus de um novo tempo de prosperidade. 
Refletindo....
Um dos temas mais complexos para se abordar num tempo de muita fartura teológica. Como cristão na condição  de "leigo' posiciono-me como um discípulo de Jesus que deseja ver o cumprimento das promessas de Deus, tal qual, a Bíblia nos ensina ensinar e praticar. Sem mascarar a essência da Cruz de Cristo e do Evangelho da Redenção transformadora. Voltar a essência do primeiro amor. Amem!
Por amor a Cristo!

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