" Combati o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé" ( 2 Tm 4:7 )
Com a permissão de nossos parceiros e leitores do blog meditações, sinto-me no dever de usar esse espaço para homenagear uma grande guerreira. Essa guerreira é minha mãe. Neste cinco de dezembro de 2017, aprouve o Senhor convocá-la para o Seu descanso. Uma guerreira que combateu o bom combate com uma longa enriquecedora e inspiradora história de vida. Partiu aos 85 anos, a sua partida traz-nos uma grande reflexão de uma geração de mulheres que está em extinção. Vamos tentar explicar as razões porque falo isso:
1- Uma infância sem direito de frequentar uma escola.
.Conseguiu ler e escrever por esforço próprio; porque tinha um grande desejo de cantar os hinos do Cantor Cristão e ler a sua própria Bíblia. Não teve tempo para brincar; casou-se aos 15 anos, para ela seria a melhor opção para enfrentar a vida o mais cedo possível.
2- O extinto de maternidade e de família não se negociava.
. Esse extinto materno era muito forte em minha mãe. Num período de dez meses ela deu a luz a dois filhos, dos três que gerou. Dedicou-se incansavelmente em cuidar de nós três; ainda achava tempo para dar uma mãozinha ao nosso pai, na roça; termo usado na época.
3- Mantinha uma firme fé e convicção cristã.
. Morando no sítio, cerca de quatro quilômetros do povoado, o cansaço das lides do dia a dia não a impedia de exercer a sua fé; com meu pai colocavam os filhos menores no ombro e partiam para os cultos de quartas feiras e domingo. Isso, com regularidade, com chuva ou com sol. Nos colocavam nos bancos da Igreja para dormir enquanto participava dos cultos.
4- Honrou o marido até à morte.
. Foram 67 anos de união conjugal até 2015, interrompido com a morte de nosso pai. Jamais, ouvimos dela, expressões, do tipo: "não dá mais", "vou me separar". Superaram juntos muitas crises, dificuldades financeiras e saudades de familiares; porque tiveram que deixá-los para trás, para buscar seus sonhos em terras Mato grossenses. Eles eram muito jovens quando decidiram seguir esse caminho. Os filhos tinham oito, sete e três anos.
5- Investiu a todo custo na educação dos filhos.
. Não teve oportunidade de frequentar escola mas lutou bravamente para que seus filhos estudassem. Levava muito a sério as nossas notas. Apanhávamos se apresentássemos o boletim com notas vermelhas. Todos nós estudamos.
6- Combateu o bom combate resistindo as duras adversidades.
Uma brava guerreira. Deixou cinco gerações: três filhos, sete netos, dez bisnetos e um tataraneto. Uma filha prefeita da cidade para onde partiu a 60 anos atrás, na busca dos seus sonhos. Uma neta deputada.Três netos médicos, advogados, empresários, funcionários de carreira. Nenhum deles desencaminhou para as drogas ou ociosidade. Nem todos, ainda, abraçaram a sua fé, mas deixou a semente do seu testemunho de fé no coração de todos.
As circunstâncias foram das mais difíceis: enfrentou migração, guerra, intervenção militar, crises econômicas, enfermidades, em nada se abateu. Uma guerreira que sempre confiou na proteção e no cuidado do Bom Pastor, do Salmo 23. No seu culto fúnebre o ponto forte das palavras pronunciadas foram inspiradas no Salmo 23.
7- Por quê é uma geração de mulheres em extinção?
- Privou-se de buscar conquistas pessoais, para se tornar uma matriarca de gerações.
- Preferiu assumir o seu papel de mulher, no conceito original da criação, a seguir o modelo de movimentos de mulheres independentes. Com todas as limitações, as suas virtudes não diferem com a da mulher virtuosa, de Provérbios 31.
- Essa mulher, minha mãe, partiu; e com ela, se perde uma guerreira que o mundo muito deve.
"Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor... para que descansem dos seus trabalhos e as suas obras os sigam " ( Ap 14:13.b)
Descanse em paz mulher guerreira! O mundo perde, o Céu ganha. O seu inercio corpo está cercado de lindas coroas de rosas; mas, o seu espírito adentra em ruas de ouro. As coroas aqui murcharam; a sua coroa, nos Céus, terá o eterno brilho do Bom Pastor que te guiou ao longo de sua jornada terrena. Isso nos conforta! Um até breve.
Agradecimento.
Estas
últimas linhas dedico especialmente para
registrar o meu profundo agradecimento:
Em
especial para minha querida esposa que ao longo de 41 anos participou efetivamente da vida da minha mãe.
Sempre preferia que a levasse ao médico alegando que tinha paciência com ela.
Posso afirmar que foi a nora para minha
mãe como Rute foi para Noemi. Minha gratidão aos médicos, enfermeiras,
cuidadoras, irmãos em Cristo, amigos, os seus vizinhos de prédio. Gratidão as
minhas irmãs e família que dividiram as
responsabilidades de cuidar dela. Deus seja louvado.
Por amor
Cristo!
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